30 novembro, 2014

Young one


O mundo, meu bem, não está na frente de seus olhos.

A beleza de tudo fica escondida em cada encontro das nossas almas. E não me leve a mal, não entenda o que digo da maneira mais franca e estúpida.
Toda a humanidade é um arranjo para controlar o humano mais humano. Não sou eu e não es tu.
O senhor deveria ler um pouco mais, jovem! 
Os livros estão cheios de universos outros, onde o controle externo é vão. O controle do resto dos outros, num movimento continuo e inconsequente, num movimento perplexo e contínuo, nos mutila uns aos outros; as nossas caras estão nas ruas cheias de dor. Nós já nos acostumamos com a dor.
Ela já é uma dorzinha. um homenzinho. uma mulherzinha.
Nos livros, meu bem, o ato é incondicional. E por mais que isso pareça contraditório, é nos livros que a dor é incontrolável - eu o imagino, o autor, e sua mão trêmula, sua cara dura e palavras saindo de si em debandada...
Você deveria ler um pouco mais, jovem homem, para entender que este mundo cercado de todas as suas mãos não existe.
Eu fecho os olhos e vôo em minha liberdade; abro-os e há você com esse olhar duro, esse sorriso pela metade!
Que loucura!
Então, moço, sai de perto de mim. Fecha também os olhos, porque eu vou passar por toda essa frieza e não há palavras suas que me arrastem para este mundo limitado, fedido e descrete.
- Have a good night.

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