21 dezembro, 2015

The fortune wheel

'don't touch my hair' eu ouvi. Vi tambem aquele movimento distanciando-se de mim. Eu vi tanta coisa num breve instante.
Mais tarde, eu permiti o pouco tempo de um choro miúdo, sem ruido.
No dia seguinte, todas as coisas serão exatamente as mesmas como se nada tivesse existido.
Porque nunca existiu.
Oh roda gigante, roda sem fim, sem rumo.

18 dezembro, 2015

Soneto de Fidelidade Vinicius de Moraes



De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

07 dezembro, 2015

The loss

I'm lost
Tão perdida em mim mesmo que já não sei as horas de dormir ou acordar.
Enfio meu pensamento em um tempo perdido e, assim, horas a fio, esqueço quem sou e uso aquele tempo vendido para nao ser.
Meu filho é tão lindo e é parte de mim, e ele cresce sem mim, e ele dorme, eu o vejo, conheço o seu cheiro...será que meu filho sabe quem sou?
Será que um dia saberá?
Há tanta gente que não tem a riqueza de os ter e há a gente que não tem a nobreza de apreciar.
Eu não sei onde estou nesta encruzilhada: se o tenho e ele é; ser é não pertencer...
Se eu não aprecio, é exatamente quando o perco
E quando foi que me perdi?
When did this loss overcome inside?

30 novembro, 2015

daydreaming

I shouldn't being writing anything about you now.
But I thought, it would be such a pity if you don't know of this miserable addition to the abyss.
Indeed it is pity!
you will never notice I've been tiding myself more and more to the certainty of it.
Not because of me, I'm not afraid of myself;
but you: I'm terrified of you, terrified of you never know.
I will never know either.

08 novembro, 2015

Querido Diário

Hoje eu gostaria de que ontem tivesse se repetido. A sensação de falta do dia de hoje é totalmente desnecessária. Ontem eu estava sonhando e tu estavas ali comigo e o sonho era real. 
O meu toque tão real em gestos e puramente em gestos. Eu não sei se o sentimento, a sensação, se o ecstase correndo em minha pele tambem corria em ti. 
Será possível uma corrente elétrica de tudo o que somos deixar tu saberes que em mim, bem dentro de mim, no fundo de tudo o que não pode, de tudo o que não sei, há um perfeito balanço de medo, de agonia, de felicidade com o teu olhar ou com a tua loucura? O mesmo balanço que tem um ciúme estranho, um medo repetido.
Quando penso isso tudo, sinto a juventude escorrendo de mim. Não que eu me sinta velha, mas que há tanta coisa agora. A vida é tão mais pesada, amar não é simples.
É preciso pensar: é isso amor? Como se fosse necessário pensar o amor! Como se o amor não fosse a vida, a necessidade humana. Como se a palavra "humana" já tivesse perdido o sentido. As pessoas já não pensam ou escrevem ou falam. As pesoas se comportam como deveriam se comportar. É como a palavra "escrever" - escrever é programar! A gente já não é mais a gente, nós somos o que uma sociedade inteira quer que a  gente seja!
Mas a sociedade não come na mesma mesa que eu. 
Não escuta a música que escuto. 
Nunca saberá o gosto que sinto ao comer a fruta que não é fruta.
Que não mata minha fome.
Que não sacia minha sede.
A fruta não tem a cor original, nem gosto original e nunca teria gosto original nenhum, pois é uma fruta planejada, um ciclo violado, um ciclo estagnado no tempo. A fruta que deixou de o ser. Suculenta, açucarada, colorida: eu tenho a fruta enlatada na própria fruta. 
Eu a como pela esperança. Eu a como pela vontade - não da fruta, mas da sua representatividade. Não tenho representatividade, lembrança; não tenho nada. Só frustação.
Será que sabes que o amor pode ter virado uma frustacao? O que é o amor que sinto agora? É real?
Não é necessário questionar a realidade do amor, impessoalidades de nós mesmos! 
Agora eu sou a fruta. Não sou eu, mas parte de um todo, uma massa horrosa. 
Eu fico imaginando, se antes de dormir, pensas naquele dia de ontem. 
Eu gostaria de saber se pensas que estavamos tão perto que o cheiro de teu cabelo é um marco que em minha memoria traz o suspiro. É  um átomo. É uma existência incontestável de ti.
E não por isso. É porque há tantos amores e há a transformação de tantos amores.
A verdade é que naquele trem, naquela noite em que teus olhos de fogo estavam tao pertos dos meus, de água, eu nao me importei com nenhuma de todas as outras pessoas que eram a multidão ao nosso redor. 
Eu reparei, é certo, na moça à nossa frente que olhava eternamente o chão e que tinha uma flor pendurada em seu colo. 
Eu reparei, é claro, naqueles três garotos à nossa frente que se riam, mas eu nao sei porque se riam. E eu não sei de mais ninguém. Eu não lembro de mais ninguém. Eu não me importo que qualquer um deles tenha visto que ali, eu te amava. Te desejava mais que tudo. Eu sei que todos viam que eu estava feliz. É possivel que naquele momento, no bendito trem e em todos os outros momentos, eu brilhasse, que uma luz estranha emanasse de mim, ou que todas as luzes refletissem em mim. Eu não me importo. 
O que sei é que enquanto esperava o onibus de volta, eu estava dançando num ritmo só meu, sob uma música só minha e que eu pensava em Nietzsche sem nunca tê-lo lido de verdade.

19 setembro, 2015

Sonhando

Agora mesmo, aqui nesse mesmo lugar no tempo em que estou, eu gostaria de estar dormindo.
Mas dormindo no sentido da dormencia das coisas que se passam ao redor de mim e que pouco a pouco vao moldando a minha vontade, alma, corpo, percepcao.
Nao deve ser pecado a preguica de ser.
Ha muitas outras nao vontades e ha a vontade de que nao haja nada.
Sei ainda que os impuros que nao reconhecem suas dadivas serao condenados.
Mas eu estou aqui e ainda temo a punicao, mas queria nao estar.
Sao tantas as coisas que me amolecem por dentro:ha a mulher que quero e que me amedronta, ha a familia que tenho e que me consome, has os desejos que nao se costroem e que vao deixando as nao-marcas em mim.
Ha tanta coisa que endurecem por dentro; sao todas as mesmas de sempre, mas agindo em seu sentido reverso: a mulher que deveria me amar, a familia a qual deveria me conter e os desejos que deveriam ser a representacao de mim mesma.
Mas neste momento que passou, este momento de agora, queria estar dormindo e esquecida, esquecendo.
Tambem tenho muita vergonha do que nao fui. Da promessa nunca cumprida. Dos sonhos que vao ficando cada vez menores - agora tenho sonho de 10minutos:plenos 10min que sejam de uma vida inteira que quero ter.
A eternidade contida neste pouco tempo; plena.
A verdade e que por mau habito, ja nao sei o que quero . Fui, ao longo do tempo, apequinando o que queria e deuxando pra depois o que queria que ja nao sei mais desejar.
A verdade e que o mau habito ja nao sei ha quanto tempo existe.
Mas agora, neste momento, eu queria nao sentir nada, deveria estar dormindo.

16 setembro, 2015

September 17th

May the first contacts and enthusiasms be merely platonic;
May we just kiss and hug shyly ;
May we let it flows from one eye to the other and maybe we have every bit of it.