02 julho, 2010

Bom Dia

Hoje é só mais um dia. Bom dia por isso.

Não. Na verdade, não pode ser classificado como um dia qualquer. Nem todos os dias podem. Quando o são, o que tem que ser classificado mesmo é aquele que vive o dia. Hoje, portanto, é um dia diferente e consequente; um resultado e ponto. Não é um bom dia, então.

Um dos meus grandes problemas é o explicar-se. No entanto, tento. Talvez porque os pensamentos e ligações em minha cabeça acontecem de uma forma muito particular. Tenho que tentar sempre e mais. É uma das partes que me distingue. Acredito que todos tenham isso de particularidade, por isso, acho melhor escrever estranheza. Então, tenho estranheza em agir e causo estranheza aos outros.

Os outros.

Os outros é que não entendem mesmo o que é nosso enquanto particular e ainda menos quando estranho ao seu modo, bem parecido, então, com outros tantos que se agrupam e que formam espécies de novos clãs. Os clãs da modernidade que se unem pela afinidade de pensamento; algo que pode ser descrito como simplesmente não desacordo entre as partes. Isso não é ruim.Os clãs sempre existiram pela conservação da espécie. É assim que as pessoas se juntam "na adversidade".

É engraçado pensar isso como um conceito mais vazio e tão completo ao mesmo tempo. Completo se pensarmos a palavra com o seu arquivo morfo, lógico, dicionarial (se assim pudesse chamar). Mas vazio naquilo que é ainda mais precioso para sua construção: a história. A história por trás de cada palavra. não que não exista; pode-se descrever sua formação e sua acumulação de significados por todos os tempos. Mas, justamente essa, agora se quebra. A adversidade é mais um código de união de semelhanças.

Aqueles que se juntam na adversidade se juntam em suas semelhanças para enfrentar as semelhanças dos outros, digo, a adversidade...do outro grupo. Como isso está presente no cotidiano? sempre. E não é necesário mais que isso. Necesário é saber qual o propósito desses dizeres iniciais, ou melhor, qual o propósito disso junto ao anterior.

Hoje não é só mais um dia e só. O hoje é o pequeno exemplo de o que é a adversidade em si. Conjunto e consequência.

Todos, os dias e nós, somos adversos por conta do ciclo intrínseco que envolve os dias e nós. Os dias são o que são porque somos o que somos e somos como somos por conta dos dias que foram como foram que foram por conta do que fomos e assim até o finito início de tudo.

Somos causa e consequência. Somos adversos por isso. Isso é a raiz pra cultura, tradição, todas as coisas que quiseres elencar. É também a base para a contradição de poder e fragilidade humana. Mas isso já é outra manga.

Somos e sou total contradição. Já disse isso em algum momento, mas repeti é fundamental para a manutenção da sanidade de mim; que já não é muita coisa.

Hoje é um dia diferente de ontem, de todos os ontens, de amanhã e de todos os amanhãs incertos de existência. Com esse dia massacramos os passados e deixamos marcas no vindouros. É assim que é.

Hoje, por exemplo, dia 2/07 é comemorado por ser feriado. Talvez menos comemorado por ser feriado justamente no dia do jogo do Brasil pela copa(!). Esquecido pela sua representação de sangue e sonhos.

O hoje é só hoje. Talvez morra aqui e seja esquecido tendo suas marcas espalhadas pelos diversos outros 'hoje' como algo que é sem que se saiba o que foi. É assim que somos.

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